Eu nem precisava lhe perguntar,
Estava ali expresso, descrito no seu olhar.
A voz embargada, um silêncio no ar,
E uma lágrima a derramar...
Na ciência deste momento mudo,
Sei que a nostalgia vai se multiplicar
Nos pedaços que sobraram de meu mundo,
Na misera ilusão de amar...
Talvez um dia haja arrependimento,
Num coração que sangra piedade,
E me dirá, “foi coisa de momento”,
E não uma mera fatalidade...
Então haverá de tocar no imaginário,
A canção de quem amou,
Como que vestisse o cenário,
Com a saudade que ficou...
E nestas mudanças teatrais, o fato...
E nele talvez você possa se lembrar,
Que esse fora seu ultimo ato...
E essa uma canção para quem deixou de amar...
E nela a necessidade de ter medo,
E a razão que por vezes some...
Com intuito mistério do segredo,
Onde no revés resguardo o teu nome...