em muitos textos ditos dedicatória, a verdade é que dificilmente se descortina neles o tema, muito menos que tenha a ver com a pessoa a dedicar, e nem o mesmo ressalta sequer do título, tantas vezes a desnudar, mais que tudo, a habitual agressividade de um qualquer eu poético a que nos habituamos.
quanto ao conteúdo, apelando ao vento, às estrelas, às flores, às lágrimas, à tristeza inata (se tiver beliscões, até dói pelo mau-gosto) e sem sugestão de motivo, torna o poema oco, esvaziando a dedicatória, o próprio sentimento pretensamente dedicado.
assim sendo e concluindo o poema não será mais que um apelo ao leiam-me, dêem-me atenção, enalteçam-me porque sou "amiga/o e soli(d)(t)ária/o" entre as pedras que se lançam apesar de tudo e a acertar a quem calhar num dolo eventual.
por outro lado considero de extremo mau-gosto criar-se um poema em cima de outro, quando o autor/a sabe que em qualidade nunca lá chegará, pretendendo assim comparações e vénias a que não tem direito, digamos, quase roubadas, à custa do texto inspirador.
pior gosto é aproveitar-se da onda de um texto recentemente criado, para ser carregado nela.
belo? até pode parecer, numa leitura desatenta, mas analisando com olhos de ver, nada inova no panorama poético, nem no panorama do próprio autor/a que estagna no seu próprio ego.
classifico com ZERO valores, escritos assim.
quanto ao resto e a quem se pronuncia, pelo texto criado a partir de outro, sobretudo sem sequer ir vê-lo e comentá-lo, resta uma interrogação sobre a ética de tal procedimento.
pergunto eu também, onde é a farmácia?
(esta não vou esquecer o endereço, mmmm)