Ah, meu amor, que da ventura, fizeste-te mulher,
Por homens, a sua desventura, espargida
Em teus nãos, porque não és uma qualquer,
Que a olhos ávidos te entregues e à tua vida,
Dime porque sofres, o que de tanto amor vives?
Se por ti me apaixonei e enfim homem me fiz,
De que escolhos assombrados ainda revives?
Porque, em ti, mulher amada, nada te desdiz.
Por ti me comprometi e escolhi teu esplendor,
Que ao astro rei faz inveja, suscita
Cor, que me é dada pelo teu amor.
Pelos homens, tua sina, tens a pesarosa
Razão, de a todos desconfiar, vida maldita,
Que te fez mulher, bendita, assaz temerosa.
Jorge Humberto
13/10/07