Poemas : 

O GRAMOFONE (Poema original)

 

O GRAMOFONE
(Um poema original)

Entardecia,
Dona Dalva para matar o tédio,
resolveu examinar o velho baú
de sua avó falecida...

Além da naftalina encontrou
o gramofone!
Tentou ouvir um disco,
mas não havia som,
apenas um ruído áspero e triste...

O menino corruíra observou:
- que coisa feia...
Também depois de um século
na solidão do baú,
é preciso retirar da goela do gramofone
a poeira do tempo...

- Não é isso dona:
eles esqueceram de ligar a geringonça
na luz!... – observou a criança...

Dito isso o menino, de súbito.
saiu correndo por entre as flores lilases
atrás das borboletas azuis...

Poema escrito no Natal de 1952 e nunca foi publicado.
JBMendes

(Direitos reservados)
 
Autor
JBMendes
Autor
 
Texto
Data
Leituras
1128
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
João Marino Delize
Publicado: 24/09/2011 13:56  Atualizado: 24/09/2011 13:56
Membro de honra
Usuário desde: 29/01/2008
Localidade: Maringá-
Mensagens: 1976
 Re: O GRAMOFONE (Poema original)
Gosto muito de gramofones, vitrolas e rádios antigos. Se pudesse faria coleção.
Este poema é tão antigo e saudoso como os gramofones, que diga-se-passagem são mecânicos e não eletrônicos.

abraços.