Eu vi tudo sumir – Lizaldo Vieira
Ali
Onde é nascente
Onde é poente
Contabilizamos ausencias
Sobruo devastação
Faltou providências
Naquela velha estrada
Ta faltando uma pitombeira
Uma cajaseira
Um murici
Na relação das pioneiras
No ribeirão que banha a vila
A vida da vizinhança
E mata a sede da população
Onde andam seus silos
Misteriosamente sumiram
Aquela capoeira
Reserva obrigatória dos vinte por cento
Que de longe se via
Pujante
Verdejante
Fazendo sombra acolá
Incrível
Nem vemos mais
Naquele brejo
Onde pastamos
Cabras e bodes
Tinha
Junco
Tiririca
Baronesa
E tabua
Cadê
O que fizeram
Não temos mais
No chapado
Capim de cheiro
Bom pra coxão
O fogo lambeu
Foi tudo pro espaço
Feito fumaça
E velha mata
De onde minava olhos d’água
Nem cinzas
Sobraram
Virou terra de ninguém
Léguas tiranas
Latifúndios condenáveis
Até o riacho
De onde singravas piabas e pitus
Cafedeu-se
Foi pro beléo
Ta faltando
Eu
Tu
Ele
Nós
Vos
Repararmos-nos
Nesse jogo e faz de contas
Que nada sabemos
O pior é que
Nem usando o localizador
No face book
Messenger
Email
Orkut
Nunca
ACHAREMOS
Pior pro guinesboow
Que não vai publicar
O próximo recorde de barriguda
Do riacho favelo
Nas primeiras águas de março
Nas terras serigi
Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...