Senti a carne perfurada
Por uma palavra atirada
Com um sentido certeiro.
Sangrei aberto
Jorrando do corpo, a alma
Que fugia para longe de perto
Corroendo-me a forma e a calma.
Torpe e pálido, sucumbia
Por letras enfiadas nas entranhas...
E elas, roçando uma forma fria,
Rasgavam com estrias estranhas
As linhas com que me cosia.
Moribundo,
Num delírio doente,
Disse aos olhos palavras ditas
E, num suspiro profundo,
Sequei a minha forma dolente
Num adeus... num adeus...
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.