Entreguei-me ao amor que me mentiu
por ser o amor que sonhava
a minha alma sonhadora que tanto amava
mas o meu castelo de luz!
se apagou, ruiu!
Foi grande o clarão que nas trevas refulgiu
que um beijo na minha boca me queimava
tanto como o sol que me abrasava
foi todo esse calor que me fugiu!
Os lânguidos beijos que agora recebo
não são de amor...
são um hábito!
aos olhos do mundo, o resto é segredo!
Ah... se soubessem como é trágico
Queria ser o sol!
quando queima
poder queimar tudo que não presta
queria ser o vento!
quando teima
em arrasar tudo na sua revolta
queria ser o rio!
que corre veloz
para lavar seu leito de impurezas
e quando abraça o mar na sua foz
com a força das suas bravezas
Queria ser o mar salgado e forte!
com as suas ondas em furia
e poder decidir a minha sorte
pois querer amor, não é luxuria
Queria ser a lua e as estrelas!
cheias de encanto e mistérios desconhecidos
até hoje...
apenas se pode vê-las
numa imensidão de espaço...
onde estamos esquecidos!
Queria ser tanta coisa!...
e não sou nada...
sou apenas uma alma amargurada!
que quer o amor
e não a espada.
Micá, 12/09/2011