Sou apenas um abrigo do Verão
sonante nos passos finos do areal,
tenho delírios das palavras
que nascem na espuma
branca de uma onda invisível.
Dispo o silêncio
entrego a alma à água salgada
abraço o sol
desnudo a ordem
nas fases da lua…
Contudo apenas caminho
sem medo do sonho,
as vozes inversas
nada me dizem,
apenas caminho
como o mero caminhante
na profecia do imaginário.
Na procura de mim por entre
pedaços floridos
nas bermas da estrada
onde vagueio sem receio
dos impróprios peregrinos cegos
com a língua afiada nos dentes amarelados…
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...
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