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Margô_T | Publicado: 08/07/2016 19:59 Atualizado: 08/07/2016 19:59 |
Da casa!
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Re: O amor nos tempos da web
#LoveWeb 1.0
Com muitos gostos e ainda algumas tags, “Ele a curtia todos os dias”, visualizando o “seu perfil”. Como? Fazendo Refresh nas postagens, espreitando “vídeos” e “álbuns de fotos”, e acompanhando atentamente todas as suas “mudanças de avatar”. #LoveWeb 2.0 Aos comentários sucederam as conversas no “chat”, “Google talk” e “Skype”, confidenciado um com o outro “horas e horas” enquanto os dedos teclavam freneticamente e se visitavam – não pessoalmente (que coisa antiquada…) mas por “street view”. Veio, então, a combinação de um encontro com latitude e longitude bem definidas, não desprezando a incerteza na medição das coordenadas do Google Maps – não mais de 1 a 3 metros, dizem. #LoveOffline E eis que surge o maior cataclismo: a conexão dela acaba, não há mais feedback. #WithoutLove De “janelas abertas” (do MSN) se vê a marcazita “ocupado” ou “ausente”, à medida que se vão juntando mensagens e “mensagens offline” (pendentes?), incluindo copy pastes à fartura, de versos, citações de peso e lamechices. Mas nem os “Beijusss, Bjos, Bjs, S2, reticências...” faziam algo; ou os smileys sempre iguais com olhos tristes e chorosos (alguns com corações batendo). Só prevalecia uma “espera”, uma “angústia”, uma “solidão”… imediatamente relatadas em postagens “subliminares” no face ou/e no fotoblog. Cadê o amor, cadê, para onde foi?, perguntava-se #AllUNeedIsABrowser Já em pânico, ela “procurou no Google”, na “wikipedia” e em “blogs” (com ajuda do “tradutor”) o que era o amor. E as definições não se fizeram esperar… (entre frívolas descrições e aspectos factuais, mais umas dicas de auto-ajuda de sobrevivência ao des-amor). #CamõesIsTheBest Mas só nos versos de Camões, ela encontrou o que queria. “E mesmo sem muito entender” dos seus versos, “curtiu e compartilhou”, ficando, porém, com a cartesiana dúvida: "Será que cabe em 140 caracteres?”. Uma sátira de algo infelizmente bem mais comum do que deveria. Gostei! |
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