Me arrasto a mim e ao meu corpo que foge de balas amotinadas
E lentamente respiro o ar da noite, nauseabundo cheiro de corpos fétidos de morte e podridão
Mortos se calhar por uma de minhas muitas balas, ou mortos por outra qualquer razão
Caídos e jazidos, empilham-se aos montes para nunca mais serem pela vida erguidos
e a penumbra da noite se torna iluminada pelo sangue brilhante de seus corpos feridos
E uma raiva de viver corre todo o meu corpo
Disparo também eu para não ser eu mais um morto
só pensando na louca vontade que me cega de voltar por ela mato e por ela tento não me matar
e me vêm á cabeça vagas memórias
de momentos passados em calma paz e adormecidos agora em meu pensamento como um pequeno petiz adormece embalado no colo de sua mãe por doces e breves histórias
E disparo então, saraivadas de balas e pedaços únicos de morte
para também matarem alguém no seu fraco e humano coração, e lentamente os abandonarem á sua triste sorte
de morrerem em sangue e hemorragia por alguém que mata para curar sua enorme ferida o morrer para não te deixar me amar
porque isso minha querida, será a única coisa que nesta louca guerra da vida me irá a mim me matar..
A morte já sabemos que é certa mas só morremos se não tivermos a coragem de vivê-la a guerra ainda vive na mente de muitos soldados e não só ela é inútil e quem sofre são aqueles seres mais frágeis
Olá IsabelRFonseca, a morte é nada mais do que o antes de vivermos, apenas têm uma excepção cruel: depois de vivermos temos recordações e consciência por isso é que nos custa tanto morrer/esquecer..beijinho de carinho, kripy.