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O porto

 
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O porto
 


( POEMA ÉPICO, PASSADO NA BELLE ÉPOQUE )


O porto nunca estava vazio,
Sempre com barcos, navios...
A tristeza do olhar dela, comovia:
Ela apenas observava quando as naus chegavam,
Ou os barquinhos pesqueiros descarregando.
Nada ali mudava, todos os dias era o mesmo,
Desde a madrugada...

Perdia-se em seus pensamentos,
Dúvidas, lamentos...
Amores esquecidos,
Poemas ditados ao pé do ouvido...

Não era fácil esquecer,
Tudo que ali, ela passou a viver...
As dores das perdas,
A própria delicadeza!

Tornara-se estranhamente grosseira,
Devido ao 'baques' da vida...
E não era difícil encontrá-la a brigar,
Com 'esse' ou 'aquele',
Que quisesse dela, abusar...

Dentro dela, havia esperança ainda!
Dias iriam levar,
E seu tormento interior, certamente iria passar...

Observava atenta, as damas que passavam
Com seu chapéus e vestidos que varriam o chão,
Sombrinhas de babados e um ou outro bordado...
Nada disso era para ela!
Apenas o cheiro dos peixes, no cais do porto
Onde ali, pelo mar,
Jazia, do seu amor, o corpo...

Fátima Abreu
 
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FátimaAbreu
 
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Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 17/09/2011 15:31  Atualizado: 17/09/2011 15:31
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 Re: O porto
Boa tarde Fátima, seus versos narram uma cena de desolamento, onde sua personagem amarga intensa melancolia por ser devastada por intensas lembranças do seu falecido amado neste ambiente que agora lhe parece hostil. Parabens pelo seu contundente poema, MJ.