Poemas : 

O mar de tantos (des)encantos

 
E o mar não tinha braços
nem ondulação hostil,
entre as vértebras do descanso,
num amainar assaz profundo.

Acariciava as rochas,
que pendiam das escarpadas,
por entre o sorridente raiar
da luz do sol que despontava.

E nas grutas das memórias
então ele se espraiava
numa sensualidade suprema
e no aconchego da sua paz.

Esse mar também bravio
que ultimou tanto destino
onde feneceram existências,
tem por ora a plena virtude
de meigamente se encostar
à doce orla que o acolhe.

E o voo das aves festeja-o
numa alegria sem limites.


António MR Martins

2011.09.15


António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...

 
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António MR Martins
 
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