Andando continuamente em disforia,
sendo o meu principio activo alprazolam
tomando-o sem sentido pela manhã,
tentando esquecer os meus temores
de forma vã.
O horror de pensar,
o medo de viver incessante,
e pensar que tinha a mente tão livre,
mas que agora se vê presa por um calmante.
Uma corrente que acalma e aprisiona,
um invasor que acorrenta a minha massa cinzenta
depressor do sistema nervoso,
mas que ao mesmo tempo o acalenta.
O meu falar torna-se lento,
a letargia toma posse do meu corpo
adormecendo temendo cada dia
esperando ansiosa
que um dia...
recupere o meu estado de euforia.
Gatopreto