Transforma-te!
Renasce das cinzas!
Acaba com a letargia!
Com esse submundo
Em que insistes viver!
Um eremita
De uma realidade
Que de tão irreal,
Repugna-me!
Sai daí!
Caminha em frente!
Tem o prazer
De ter em mente,
A noção de viver
E de que irás morrer!
Sonâmbulo!
Mundo da lua!
Cabeça nas nuvens!
Não!
Saudável sonhador
Que manda e desmanda,
Nos próprios pesadelos!
Eu auto-designo-me,
Poeta disforme!
Fruto de uma árvore
Genealógica!
Não, não, não! Errado!
Estou enganado!
E sinto-me frustrado
Por ser assim...
Sim!
A dignidade não tem;
Não tenho preço!
Também a honra tem,
Por poucos o apreço;
Que mereço sem
Ter que pedir a quem,
Sentimentos mereço!
Não pode ser assim!
Tenho que puxar por mim!
Foi por isso que vim!
E vou desempenhar até ao fim,
O papel da minha vida!
Sem remorsos ou idas,
A um triste psicólogo!
Estou farto e não acaba
Esta vida desgraçada!
Treta de vida não é?!
Pois ainda estou de pé!
E vou dar cabo de ti,
Que existes e estás aqui,
Meu desprezível destino!
Para bem do Bem,
Portem-se bem!
Para mal do Mal,
Portem-se bem!
"Portem-se" quem?
Deus e Jesus Cristo,
Judas e Belzebu!
Escolham qual!
Lembram-se de Abel e Caím?
Eu torcia pelo Caím!
Mesmo sendo Abel!
E continuo a ser!
É tudo uma questão
De dualidade;
Amor/Ódio;
Guerra/Paz;
Dia/Noite!
Não existem um sem o outro!
E homem não é,
Quem não tenha dos dois!
E quem não tenha,
É perfeito!
Perfeito!