Coisa da modernidade – Lizaldo Vieira
Nunca mais o cheirunho de mata
A gota dagua na bica
De encher o pote
Não há promo
Não tem rumo
Nem jeito
Abram alas
A urbe cresceu
Inchou
Se enroscando com ímpios
Muito lixo
Muito toco
Muito pet
Muito esgoto
Muita cara de pau
Só falta óleo de peroba
É de dar águas nos olhos
Quando olhamos pra você
A alma quando não pequena
Lamenta e chara
Essa história é inglória
Deixamos tudo no vinagre
Com bagaço fazemos
A diferença do desequilíbrio
Nos rios
Nos mares
Nas praias
Enseadas
E córregos
De vento em polpa
Nossos lugares
Flutuam no mar morto
Literalmente no osso
Nosso amor endoideceu
De vez
Entrou pelo cano
Da construção
Vil
Aqui jaz uma city
Bonita
Cheirosa
Que vai dançando
Se esfregando
Num rebolation
Nada poético
De torcer o nariz
Nada disso tu queres
Treze de julho
Jardins
Quatro bocas
Chica chaves
Maré do apicun
Diz pra mim
Quem eram vocês
E verás
Que o tramandai
Não ta mais aqui
Não era assim
Fedorento
Morto
Na lama
No esgoto
Não mais viverás
Pra contar a história
De uca
Garças
E aratu
Com tanto Mandrake
Construindo império
Ignorando a tudo
E tolos
Construindo e dilapidando a biota
Com poluição
Na longa estrada da vida
Sou mais nadar nas águas
Do Zé Peixe
Nunca poluídas
Por esses mares viajantes
Nunca dantes navegados
Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...