Jogo meus versos ao vento brando,
deixo que saibam a cor das folhas,
quando tocadas pela silente brisa,
mostrando o contorno das árvores.
Deixo ainda, que sejam o canto das
aves, e que todas estas encantadas
melodias, se deitem no pergaminho,
ornando-o de elegantes filigranas.
No rio, que passa lá mais em baixo,
são eles, as águas calmas e serenas,
retocando a orla de belas palavras,
que se confundem com os canaviais.
No enleado, dos versos e das flores,
rebuscados ninhos, são feitos com
todo o primor, que a rima contempla,
no dormitar tranquilo das avezinhas.
Do verso, refaço os jardins costeiros,
revestindo-os de finas flores silvestres,
deixando-lhes o tão desejado colorido,
com que o poema se acalma e já viça.
Assim sigo, ao sabor da mãe natureza,
com o beneplácito, ao ilustre poeta,
a ser concedido, como se num sonho,
o que o mui singelo versejar, concede.
Jorge Humberto
11/09/11