Em fuga dos arrastes de mais um dia,
senta-se o poeta na sua cama.
Calmamente, ele toca a colcha fria,
e a sua mão tateia os entrelaces das linhas...
Busca o refrigério de uma pousada,
viageia a suavidade de vernais planuras...
Porém, a ânsia de repouso é frustrada —
o cadarço do sapato do poeta deu um nó cego!
Foi meramente acidental;
mas ainda assim, desconsolado,
o poeta olha o sapato.... é o pé direito;
o que fazer?! E logo o direito...
É uma fatalidade, uma enorme fatalidade!
E não há nada que dê jeito,
pois ele, o poeta, não tem a habilidade
de destricotar linhas embaraçadas!
Enquanto isso, a tarde cai,
os pássaros se recolhem,
a vida se esvai,
o desespero estua,
e a pinga amarela espera...