Nasce o dia em raias sanguíneas.
A noite, agonizante, dá um suspiro e morre.
O astro-rei num dia o mundo todo percorre
Atrelado a corcéis impacientes de ventas ígneas.
O vento desavergonhado beija as flores e corre,
Depois vai brincar com as tantas nuvens níveas,
O rio diamantino, como que se estivesse de porre,
Vai deslizando em trajetórias um tanto curvilíneas.
Despertos estão mais de mil pássaros cantores.
Porém tudo é transtorno para o meu pobre coração
Que pulsa sofrido desde quando quase morri de amores,
Quando vi escorrer feito líquido entre os dedos da mão,
No momento crucial quando me afligiam coquetéis de dores,
Naquele dia de raias sanguíneas quando alguém me disse ... Não.
Gyl Ferrys