ENTRE JOÃO PESSOA E CABEDELO
(Jairo Nunes Bezerra)
Acordei cedo! Mas não tão cedo! O Sol já brilhava em demasia distribuindo
sobre a terra a sua quantidade maior de raios. Um passarinho insistentemente-
te gorjeava sem descanso. E, à distância, ladrava um cão. Era assim comemora-
do o belo dia em evidência. Senti um cheiro diferente: lá estava sobre a mesa
um grande cuscuz amarelo e brilhante, do qual saia fumaça vaporosa que im-
pregnava o ar com aroma gostoso. Ao seu lado, dois bules: Um com café e
outro com leite, apenas separados por um bom pedaço de queijo, talvez de cabra.
O desjejum teve início. Após, senti-me mais disposto para o passeio matutino.
Surgiu o primeiro problema: O destino!... Iria à cidade ou à praia?... Venceu a
primeira preferência. Esquentei o motor do carro, peguei a estrada de Cabede-
lo e fui ao Shopping. Nada mudara... Apenas a construção de mais
lojas, com exibição de produtos variados. Gostei de um chinelo, por sinal
muito caro. Como não gosto de regatear, o levei pelo preço apresentado. Na
Praça da Alimentação, onde se encontrava a maior parte dos presentes, re-
solvi fazer pousada. O meu primeiro pedido foi uma garrafa de Botticelli, vinho
das uvas do São Francisco. Pela primeira vez ele me foi servido com uma taça
de cristal genuíno, valorizando o néctar. O tira gosto (denominação errada para
o que vem depois {. Ninguém quer esquecer o bom paladar} foi um prato com
cinco ribações, semelhante à codorna, ave da família dos tinamídeos, muito
apreciada no Nordeste. Aproveitei a ocasião de me encontrar naquele local,
e consumi como almoço, um belo prato de camarão com creme de espina-
fre. Nada d água, continuei com o vinho. E mesmo porque a água enferruja
as nossas partes vitais. Dezoito horas, já bem escuro e algumas estrelas
perdidas no espaço, e tomo a direção de volta. A mim, tudo é permitido,
pois estou em férias!