O balanço do barco na proa
Embala em mim, a solidão
O mar, cor de neve, da garoa
Turva-me a vista, sem visão
Uma garoa repentina
Cai do céu, escondendo as cores
Fina como a neblina
Comum entre os açores
Estou longe, muito além
Rodeado de água e céu
No barco sem ninguém
à deriva, jogado ao léu
Olho para a revolta das águas
Imagino o que a causou
Talvez um amor tão grande qual o meu
Por isso o mar se revoltou
Então recolho a âncora e retorno
Volto à terra, para o cais
Deixo lá o meu amor
Pois não vou te amar mais.