Improvisei um cavalo de madeira...
Tomava de um cabo de vassoura e corria solene
Com outros moleques que brincavam de bangue-bangue...
Desfilava de mocinho entre os buracos da rua
Apertando na mão uma arma de madeira crua
Que simbolicamente atingia meus inimigos provocando sangue...
Corria que corria e vencia meus cruéis perseguidores
Naquelas tardes fagueiras em que o sol espalhava calor,
Um a um despencava de seus cavalos sem rancor,
Pois, de verdade, esses supostos desafetos eram-me fiéis admiradores.
No portão das casas ou sentadas nos muros,
As meninas gritavam felizes pela vitória do artista,
Que depois de tanto correr estava pronto para a conquista
Do coração feminino que aflito guardava secreto desejo
De ser a mocinha escolhida para um frenético beijo!