soa uma sirene; ou uma palavra...
e dentro do peito, algo morre,
dispersados os sons do jardim.
não se ouve mais os risos livres
das gentes passeando na praça.
entristece ver somente silhuetas;
‘inanimações’ em preto e branco
vegetações, crianças e serviçais.
das copas abertas dos flamboyants,
pétalas caem em chuva alaranjada,
resto de colorido no chão atapetado...
faz frio à tarde, paisagens invernais.
os canoros pássaros emudecem
prenunciando cedo o por do sol.
segue o tempo que urge desbotado,
no tempo exato que a fina areia
flui afunilada na ampulheta...
por hora o olhar permanecerá estático;
mas depois a vida seguirá silente...