Ai, que saudades que tenho
De quando eu era pequeno
Nas noites frias e sem fim
Eu tinha os olhos serenos
De minha mãe juntos de mim!...
Ai, com quanta tristeza recordo
Parece até que sinto os afagos
Dos toques dos dedos, dos abraços
Que, após anos, ainda choro!...
Como eram leves as mil carícias
Naquelas noites longas e escuras
O peito se enchia-me de alegria
Pelo excesso de carinhos e ternuras!...
Ai, eu era apenas um infante!
Se meus sonhos eram angustiosos
Meus olhos se viam naquele semblante
E dormiam olhando aqueles par de olhos
Amorosos...
Como se embebiam em mim seu olhar,
Olhos meigos de mãe e santificados,
Ali, me fitando na arte bonita do amar
Roçando-me com seus ardentes lábios
Numa cena mágica que nunca irá voltar!...
Mas veio tempestades e raiou um dia
Com ventos soprados do peito de Deus
Que queria para si mais uma filha
E no dia que nunca me esqueci... Adeus!
Minha mãe foi para Tua companhia!
Um beijo meu!
Saudades infinitas!
Gyl Ferrys