Levo-me nos pensamentos vazios,
No vento que se perde no nada,
Em busca da consciência perdida,
Nos momentos dilacerados pela ausência,
E dos suspiros que a vida sufocou!
Sinto os gritos desesperados,
Dos ais no meu peito,
Em atroz conflito de sentimentos,
Que o tempo fez desfalecer,
Na voragem louca das horas!
A alma chora os sonhos perdidos,
Em noites de breu sufocante,
Pelas dúvidas de insónias perenes,
Atravessadas pelos dias nublados,
Nas incertezas do amor que desbotava,
Na luz do dia que adviria!
Solta-se a raiva na luta por nova aurora,
Porque o desatino é constante,
Incógnitas horas virão de desalento,
Sem cessar esta busca de sossego,
Por este mar salgado e frio do Infinito.
José Carlos Moutinho