As pessoas falam tanto sobre errar que esquecem de acertar ou acabam com medo de "arriscar" o que é certo pois o certo fica difícil de se entender e contraditório demais para se discutir, meu avô dizia que esta é uma das manifestações da fúria dos tempos, muitos caem antes mesmo de tropeçar, enchem a vida de tropeços para não cair no tédio.
O tédio pode virar criação, religião, destruição
O tédio pode ser um amigo e tanto, pode ser tempo desocupado, pode ser a oficina do diabo
Apesar de o "diabo" não precisar de oficina e sim seus amigos carentes em busca de diversão
O tédio pode ser o orgasmo
O orgasmo pode ser a rebelião da sua juventude
o orgulho da sua carência
a vergonha das suas atitudes
o prazer da sua demência
a alegria no fim do túnel
a menstruação do seu ego
o gemido da glória engasgada
o suspiro de todas as vontades
a impotência da sua solidão
o vício da sua liberdade
o brilho na sua escuridão
a tristeza da sua realização
a semente da sua concepção
a alegria do seu viver
o medo dos celibatários
o transcender da espiritualidade
o cuspe da vida
o milagre da natureza
a diversão dos pequenos demônios
um presente maravilhoso de Deus
Eu acredito em todos estes "podes"
Tudo pode ser tanta coisa que acertar ou errar torna-se um mero detalhe
Vira lição de professora chata babando besteira na sala de aula
distração infeliz da moda de alguma época
chatice de artista que quer ser artista
contradições de mestres que não querem ser discípulos
uma leitura sonolenta num dia sem fim.
Bruno Prata