JALAPÃO
Há um lugar longínquo
Onde o sol no mês de agosto
Em realeza posto
Cintila qual única jóia
Em dunas que o vento apóia
Vem o som do silencio invadir
Entre águas cristalinas eclodir
Do miolo da terra virgem
E como braços maternos cingem
O visitante que admirado pisa
E onde seu olhar incrédulo desliza
A imagem da serra qual sentinela
Se impondo qual obra mais bela
Desse lugar lindo e puro
Onde mesmo o cascalho duro
Emoldura as árvores do sertão
Que alimenta a tantos com seu pão
Ali também pari o capim dourado
Ouro dessa terra encontrado
Que vira arte na mão do artesão
Do leigo arranca admiração
Que frutifica de um branco botão
Tantas cachoeiras de sons musicais
Que como transparentes cristais
Derramam águas ladeadas de jardins
Abrigando a vida nestes confins
Recebendo seus bichos felizes
Neste lar rico em matizes
Apenas restam-me as lembranças
De um paraíso de bonanças
De doces frutos catados no mato
Das flores que embriagam o olfato
Do céu estrelado qual abrigo
Nas noites mornas sem perigo
Um lugar no coração de meu país
Em simplicidade ensina a ser feliz
Onde o verdadeiro contentamento
Nasce a todo momento
No olhar que suprime a respiração
Eclode em grande admiração
Quando a retina traduz o Jalapão
Descrição das fotos:
No sentido horário.
1 - Cachoeira do Formiga, cristalina. Há uma coleção de plantas exóticas nas suas margens.
2 - Fervedouro (nascente de água, os banhistas entram no "olho" d'água e não afunda com a força da água que nasce do fundo da terra)
3 - Vista do parque do Jalapão a partir das dunas
4 - Cachoeiras