Dizes que estou frio e distante
Bem dentro e mergulhado em meu mundo
Achado agora por ti de horripilante…
Mas eu te digo o mesmo minha amiga
Teu universo e tua vida são para mim um louco e indecifrável enigma
Do qual não sei se acho solução para o teu problema extenuante…
Porque simplesmente de ti me fartei
Teu choro e tuas lamúrias e tudo que veio ao de cima
que entretanto já eu bem lá no fundo enterrei…
meu ouvido, aquele que só por ti lhe era permitido
algo escutar, fechou se bem dentro para não te ouvir de novo chorar
e meus olhos perdidos por ver teu triste pranto, voltaram de novo
a sorrir para a vida e a transparecerem encanto, e por ti nunca mais eu chorei…
porque todo o amor tem seu ponto final
desci te do teu altar por mim erigido e te arrastei para o meu mundo banal
o mesmo que no meu passado foi por ti erguido
de tuas mãos quentes em meu coração frio
meu viver outrora de chorar se tornou lentamente numa morte servida para mim
que eu agora mesmo triste, sorrio…
porque fostes tu que me fizestes de novo fera e bruto
pegaste em mim animal bravio e me destes carinho ininterrupto
mas agora no final, em que eu já nem era animal me abandonastes
de tua vida para sempre me escorraças-te
e agora minha amiga meu puro amor por ti virou simplesmente ódio doentio…
agora que a mim era preciso
uma festa de carinho e quem sabe até um fugaz sorriso
tu de maldade me apedrejas-tes
das minhas maleitas físicas tu me gozastes, mas não vistes que meus dentes aguçados
os mesmos que com a tua mão cerrastes, tão agora apontados ao teu fraco peito
á espera de um descuido teu, e aí te morderei a jeito
dilacerando teu coração egoísta, outrora para mim tão raro como uma pedra ametista
e sentirei eu em minha boca rasgada, o sabor do teu sangue que verterá da nossa amizade acabada…