Palavras tuas que não tem sentido,
que não param de balbuciar ao meu ouvido,
que no fundo o vosso coração profundo
sempre estivera imundo.
Palavras vossas atiradas como punhais,
as duas juntas...
assemelham-se a chacais,
que vorazmente,
tentam perseguir a minha mente.
Pergunto-me quem são,
pois vos cuidei,
e amei
em vão.
Arranjam palavras que fingem ser sentidas
para esconder as vossas figuras empedernidas,
quando na verdade o que vos mata,
são as vossas próprias vidas.
Já não sou mais o vosso alimento,
já não sou mais uma hospedeira,
já não sou mais nenhuma escrava
da vossa vontade carcereira.
Já não estou na vossa prisão
libertei-me com olhos fechados
deste cego coração.
Queriam tanto tomar o meu por vosso
mantendo-me dentro de um poço,
amordaçada por culpas que nunca tive,
mas mantendo-me culpada para ser livre.
Gatopreto