... Porque contigo sinto-me calma,
Do que a pluma bem mais leve.
Suave, mais que a leve brisa;
Mais fresca que a do mar.
... Porque contigo, viro criança.
Amada, docemente amada.
Eterna, nunca cansada.
... Mas, não é só isso:
Contigo deixo de ser mulher.
Não ligo se me viro em pedaços...
Morreria neste abraço,
Na nossa harmonia,
No esmago de um beijo sem “fim”,
... Só contigo sou verdadeira.
Duas horas contigo:
Valem uma vida inteira.
... Contigo, porque, contigo...
Foi que aprendi a amar
Sem sofrer,
Ganhar e perder,
Perder para ganhar...
Renunciar para viver.
Sorrir, que é melhor que chorar.
... Contigo eu nem sequer ligo, se sou,
Como dizes: doida...
... Porque, o que me deixa doida,
É me misturar ao teu corpo morno
E me perder nos teus perigos.
Beber prazer... Contigo...
Até ouvir um trem no ouvido.
(Ednar Andrade).
(04.05.1984).