Se viver é um ato de coragem
Ter medo é negação da própria vida
O medroso tem apenas uma meia-vida
Desconhece o bem que ela oferece
A flor que não demos à amada
O medo de estarmos sós no universo
Achar que não sabemos fazer versos
São exemplos do que escurece a alma
O medo do escuro do quarto
A traquinagem escodida dos pais
Infância é onde o medo há mais
E por lá deve ser superado
O mal covarde é o antípoda perverso
Daquele que não tem coragem de vencer
Valentia é necessária para o bem viver
A covardia nos leva para o lado inverso
Pois os que têm desespero e pavor
Carregam alma fraca e entorpecida
Que em um passo se torna maligna
Ameaçando a todos impingir dor
Carregando um temor abissal
O medroso se acha cauteloso
Retira de sua vida todo o sal
Mentira que apenas esconde o rosto
De que o medo é a origem de todo mal
Rodolfo G. Neves