Quando eu subir bem alto,
Tocarei em algo macio.
Não estarei em sobressalto,
Pois, lá não há mais o vazio.
O vazio que está cá em baixo,
Que atormenta toda a gente,
Que faz de mim capacho,
Que me torna subserviente.
Mas quando eu subir lá para cima,
Serei livre de verdade, sem medo.
Falarei como quem rima,
E não apontarei o dedo.
Não levarei em conta maldades,
Ciúmes, intrigas e amores.
Olharei para mim sem saudades,
Do que fui. E gostarei do que fores.
Se fores lá para cima, leva-me!
Se me encontrares lá em cima, sorri!
Se me olhares não estranhes…
Pois eu não me perdi…