Poemas -> Introspecção : 

OLHOS PARA NADA

 




Quem procuras tu,
Nas gotículas, que a chuva deixa,
Esquecidas
No erotismo das janelas molhadas?

Quem procuras tu,
Quando a noite impõe a solidão
Ao azul imenso,
E o coração é queixa
E silêncio?

Quem procuras tu,
Na feminilidade das águas sabidas,
Ali deitadas – corpo inteiro,
E aqui sentidas – suposto rio?

Quem procuras tu,
Quando das estrelas,
O sorriso fulgente se apaga,
E anuncia o minuto primeiro
Da madrugada?

Ninguém!

Pois que pode
Procurar alguém,
Tendo sempre janelas fechadas?!

Janelas fechadas
É como ter olhos para nada.

Jorge Humberto
(In Saiu a Fera de Mim)

 
Autor
jorgehumberto
 
Texto
Data
Leituras
795
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.