E quando o sol se põe no horizonte
O mar ao rubro eleva a sua cor
Tingindo os espelhos do histórico sextante
Que se confundem em tão vasto esplendor
Negra silhueta de um veleiro ao longe
Em contraluz navega rumo a outros mares
Duas gaivotas se aninham nos mastros
Vão à descoberta de outros lugares
E o velho farol fiel sentinela
Recebe o regresso do escuro da noite
Emprestando ao mar seu facho de luz
E avistando ao longe uns panos de vela
Abre-lhe o caminho para que se afoite
E ao negro do mar seu medo reduz
Mar sonoro, mar sem fundo mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós.
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim
Sophia de Mello Br...