Dois passarinhos prateados que voavão
Num céu azul e deslumbrado
Tornaram-se cor-de-laranja, amarelos e vermelhos
Num acto horroroso e esmigalhado
Para encher as nossas almas de terror
E deixar o nosso espírito queimado
A inocencia e o valor foi raptado
Democracia uma coisa do passado,
Uma década de guerra e sofrimento
Foi o inevitável resultado.
Duas torres que significavam liberdade
Que se esticavam como agulhas para o céu
Eram símbolos daquela linda cidade
Eram espelhos de tudo quanto era meu
Aço forte e ardente a derreter
Tantos pobres inocentes a morrer
Tantas lágrimas choradas sem querer
Tantas histórias tristes de sofrer
Tantas saudades que quero matar e sem poder
Esse dia mesmo já distante... Não vou mais esquecer
Os dois passarinhos prateados que voavão
Nesse céu azul do dia onze de setembro
Ainda hoje tremo de terror, porque me lembro... Porque me lembro...
maldita a hora...