(Paródia – não formal e não tão burlesca – do soneto “A Felicidade” de Fernando Pessoa)
Só a leve esperança em toda a vida Disfarça a pena de viver, mais nada; Não é mais a existência, resumida, Que uma breve esperança malograda.
O pesadelo da alma em terra natal enfadada, Pesadelo que a traz ansiosa e sempre aflita É que a hora do voo fique sempre adiada E que não chegue nunca por toda vida.
Essa infelicidade que criamos, Árvore desgraçada que constatamos Toda arreada de fétidos pomos,
É indefectível sim: e sempre com ela estamos, Porque ela está sempre apenas onde a pomos E sempre a pomos onde nos encontramos.
Guru Evald
Música: Marcha Fúnebre Autor da música: Frédéric François Chopin