Adejando à deriva
Numa fome de céu para lá do real
Com uma golfada de ar maior que o peito
Sondo o não visível
Para o ser inteiro agarrar…
E na abrangência… na plenitude…
Absorver e me aquietar!..
Procuro a pluralidade
Unindo universos…
Com uma súbita energia
Exploro possibilidades
Violentas mas veementes
Num processo obsessivo de amplitude
Marcado pela desarmonia…
Desassossegado périplo em mar bravio
Na busca da candura…
Sem misticismos…
Nem onirismos…
Contra a monstruosidade ensandecida
O absurdo, o grotesco, o ameaçador…
Mais do que olhar… ver-te além…
Ultrapassar as causas
Das punições da vida
E encontrar…em ti…
O espaço de paz redentor…
Eu quero a ti chegar
Prender-te entre meus braços…
Só o teu bálsamo pode mitigar
Este estertor metafísico
Consequência de algo necessário e bem simples
O eflúvio do teu amor…
Agosto - 2011