Quando te vejo caminhar nesse vasto jardim,
Com esse corpo franzino pequeno e angélico,
De tenra idade, a olhar de espanto para mim,
Fico com saudades desse tempo que era bélico;
Por enfrentar o medo que era desconhecido,
E que me alegrava com a deliciosa descoberta,
Do mundo que se mexia, que me era atraído,
Pelas estranhas belezas, via uma porta aberta.
Vejo no teu rosto duas cristalinas gotas de mar,
Dois lagos azuis no fundo dos vales dourados,
Pouco abaixo dos teus finos cabelos ondulados.
Vejo a tua boca um vulcão com lábios ardentes,
Que recebe ar frio e expele vapores quentes;
Numa explosão de vida, de pequena se agita.
Manuel Lucas