Ando assim
Ando em passos embriagados de desespero
Sem a cor morena dos teus olhos
sem o gosto dos teus amargos beijos
Ando assim desatinada, inconcessa
A negar-me outros quereres
talvez fosse essa a forma de amar-te
sempre em vão e malograda
Quisera fosse a lógica a guiar-me
Mas tudo em você é desvario
Teu jeito de amar-me não é são
Nem sádico, nem raso ou amplidão
É como o rufar de mil tambores quando chegas
E quando partes é assim - silencioso,
Tudo é oco, sem alvoroço se adormece
A guardar este sangrar que é teu somente
- Mas quando vais te esqueces.
Cristhina Rangel.
Cristhina Rangel