Sonetos : 

DO NADA RESSURGINDO

 





Foram tantos anos desdenhando do amor,
Entregando-me a um fado quase sacrilégio,
Que eu chego a temer perder o seu pendor,
Da desdita me afastar e todo seu sortilégio.

Ainda assim, guardo comigo, o breve louvor,
Que foi não ter perdido, do mundo régio,
Toda a sua contestação, preservando o calor
Das ruas e da fronte o armistício de um colégio.

Porém a vida fora madrasta comigo mesmo,
E quando eu tentei obter a sua assunção,
Não colhi mais que um restrito mundo a esmo.

Hoje, não dou nada por dado, a luta se faz
Dia-a-dia, com a força que tem um coração,
Que, ferido de morte, de erguer-se foi capaz.

Jorge Humberto
09/10/07







 
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