Poemas : 

PARAQUEDAS

 

Paraquedas
Parachoque
Parafernálias em choque
Os paralelos convergem
Os parafusos distorcem
Os parapeitos sufocam os peitos
Socorro!
Não me enforque
Um raio me contorce
A queda me atropela
A Terra lá embaixo mexe
Vem veloz ao meu alcance
Espatifar-me-á num instante.

Sou o raio
Que penetra o solo
O paraquedas
Não para a queda
Me reconstitui no impacto
O colchão de água
Me afoga
E meus fragmentos dispersos
Nas sepulturas de Órus
No choque
Sem tocar o parachoque
Ascendo às nuvens
Onde anjos sem clarins
Anunciam o desfecho
E o céu me fulmina.


 
Autor
Joel Pereira de Sá
 
Texto
Data
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