....Quanto eu quero
do nada que me dás,
Quanto eu espero
do nada que me satisfaz,
O amor converti em lei,
e da lei só guardei rancôr,
Sentado nesta dor esperei
Sentir um dia o teu amor,
Limpo a lágrima que te fiz verter
do teu rosto ensanguentado,
Seguro teu coração a tremer
com meu todo rasgado...
Penso nunca ter tentado
por nesta solidão me encerrar,
meu coração esventrado
espera um dia te encontrar
Quem te ensinou a sentir?
quem te faz chorar em vez de rir?
Quem te ama de forma tão pura
mesmo vendo-te partir?
Ando às voltas dentro de mim
Sangro como um cordeiro
vasculho o meu jardim
por um sinal do teu cheiro...
quanto dói, quanto sofro
quanto sangro e me contorço
tua ausência, minha morte
minha fraqueza, tua sorte
Ó morte que tanto tardas
E te insinuas a toda a hora
Mostra-te e diz-me
porque demoras...