Cantei à terra natal,
O fado do meu Portugal,
Entre pão, vinho, chouriço
E um desfiado Pascoal,
À mesa com bigodes fartos
E à luz de lamparinas,
Cantei o meu fado ás meninas
E toquei-o em cordas finas
E unhas grossas,
De Alfama à Mouraria,
De cantigas vossas,
Na Baiuca foi presunto e azeitona,
Mais um pouco de vinho
E silêncio, que se vai ouvir a dona...
Canta-se pela noite dentro
A palavra saudade
E dedilha-se a tristeza,
Entre lágrimas e palmas
De momentos de beleza.
Obrigado a tudo o que me inspira.