DETECÇÃO
(Jairo Nunes Bezerra)
O cataclismo, envolvente transformação geológica, perdura no tempo exibindo sua marca férrea nas sucessões das paixões. E muitos são as vítimas que antes esnobavam independências e hoje figuram altivamente prisioneiras de seus gestos descontraídos, os das entregas ávidas de emoções, sem pretensões alvissareiras, salvo às elaborações de fantasias passageiras. Todos sofrem. Não há destaque de omissões!
Isso acontece devido o vazio que monopoliza os nossos momentos, tornando-os debilitados e sem projeções.
Em tudo, às vezes, há percussão de responsabilidades com origens anteriores confrontando com as iniciativas posteriores que se apresentavam como aquele caminho satisfatório para ambos. Mas a realidade cruciante é liberativa, tais raios solares atravessando os espaços azulados. E corpos ávidos de carinhos, ante a realidade, dão origens a cristais partidos, mas refulgentes. Apenas... Apenas o futuro, o grande incógnito da vida dará sucessão a esse capítulo iniciado há alguns tempos. E o seu realce será manifestado bilateralmente por lindas lembranças e, quem sabe?...Por realizações futuras gerenciadas pelo destino!...E o poeta lembra-se de um de seus artigos, onde figurava:
“E triste, olhando para o luar, almejava apenas um milagre, aquele que fosse atribuído apenas aos seus desejos, sem requinte de feito extraordinário
contrário às leis da natureza”