Para mim, o primeiro poeta foi Deus.
Juntando palavras e ações, Ele criou.
Criou os céus e a terra, dando forma ao que não existia.
Assim faz um poeta.
Ele junta palavras, as escreve e cria um texto.
O texto adquire corpo. Corpo de poesia, de crônica, de conto, tanto faz...o que importa é que antes, as palavras - que estavam sem forma, soltas, perdidas, vazias - agora, livres do caos, emergem das trevas para a luz.
Saem da obscuridade e ganham vida, que reflete a própria alma, como em um espelho.
Haja poesia!
Haja inspiração!
E assim acontece...
De dia ou de noite, em qualquer estação, debaixo de sol escaldante ou chuva torrencial, o poeta dá a luz.
Às vezes, sorrindo, outras vezes, em meio a lágrimas de dor, ele cria e o som da sua poesia é tão doce, tão suave, tão amena...
Mas nem sempre é assim.
Algumas crias são ferozes, contundentes, frias, secas.
Expelí-las é tortura, é tormento, quase um castigo.
Ambos os tipos, se desdobram em vários outros.
São geradas com o coração e o coração de um poeta bate forte.
Bate no ritmo da emoção, do sentimento.
O poeta-criador procura a perfeição, de várias formas.
Ele pronuncia palavras, junta frases, põe no papel.
Orgulhoso, mostra seus rebentos.
Rebentos bem feitos! Nenhum filho é feio...
O mundo não foi feito para o silêncio.
Se assim fosse, Deus não teria criado os poetas.
Se assim fosse, os poetas não cumpririam sua missão, que lhes foi destinada a fazer: revolucionar.
© Cláudia Banegas
Cláudia Banegas