Namorei um marinheiro,
Passava dias e noites no mar.
Farta de tanto o esperar,
E ele atenção me negar…
Mandei-o noutras ondas navegar.
Namorei depois um militar,
Só ordens me sabia dar,
E nem um beijo, tinha tempo p’ra me ofertar.
Cansada de o aturar,
Mandei-o p´ra outro lado marchar.
Namorei então um doutor.
Todas as noites, alguém tinha para operar,
Mas carinho que era bom…com esse não me sabia brindar!
Fartei-me de tanta ‘desculpa’,
Mandei-o outra ‘oscultar’.
Desgostosa por tanto o amor procurar,
E não conseguir encontrar,
Fui ao padre me confessar:
- Padre, quero freira ser e para o convento entrar…
Que no amor, não consigo mais acreditar!
Logo ele se prontificou para me ajudar,
Levando-me-me para o convento para freira me ordenar.
Mas ao mostrar-me os aposentos ,
Logo me começou a agarrar...
Pois o malandro do padre ,
Queria era em mim se esfregar!
Decidi então imigrar,
Queria nova vida começar.
E assim lá fui eu, para os ‘States’ trabalhar.
Mas logo que lá ‘poisei’,
Só com fufas e gay’s me deparei.
E os homens que encontrei,
Minha língua não sabendo falar,
Só para a cama me queriam levar.
Mas de amor…nem queriam ouvir falar!
- Que triste sina – pensei.
- Não vou mais desesperar,
Vou mas é depressa voltar, para o meu rico Portugal!
Lá,pelo menos, tenho homens a valer!
Como os saberei entender,
Poderei melhor me explicar…
E algum por mim se apaixonar!
Quem sabe, até venha a casar!
Fátima Rodrigues
«Escrevo para desabafar, sonhar ou me encontrar»