Vento,
que delicadamente
os meus cabelos tocas.
O tempo,
se perde no ‘eternamente’
com que me sufocas.
Abraça-me
faz deste corpo teu suspiro.
Sente-me
e vê-te louco no meu respiro!
Vê como me arrepias
com o teu sopro suave.
Eu sabia que só tu me conhecias
que só eu te percorri como uma ave.
Ri-te
no meu ouvido.
Segreda-me desejos.
Eu vi-te
já tão vivido,
desejando-me os beijos.
Vento,
a ti me entrego.
Chegou o momento
em que a minha alma à tua prego.
Vamos voar juntos!
Ser um só, num respirar conjunto!
Ter a terra e os céus
à nossa disposição.
Vamos embrulhar-nos nestes véus
de alma e coração!
Amar-nos eternamente,
completarmo-nos num finalmente.
Ai, como venero ser tu
e quero tanto que sejas eu!
Será sempre este o meu deja vú
pois serás sempre o meu Romeu!
'Dum vita est pO3tica'
Imagem retirada do motor de busca Google.
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Este poema surge na sequência de outro 'Cantigas de amigo: Chuva' (vejam a nota de autor), sendo que não acaba aqui(; Deixo-vos em suspanse.