amora doce e silvestre,tu que nasceste duma silva bravia e agreste teu sabor bom,louco e raro
contrasta com a picadela do espinho
que me fere para te defender do meu apetite macabro..
macabro sim,porque mesmo o sabendo
arrisco me a um arranhão horrendo só para te puder
na minha boca degustar..
tua cor preta me fascina e lentamente todo o meu
paladar domina,misturada com a cor vermelha da proibida paixão,ao colher te minha alma ilumina e teu sabor me dá também uma rara ilusão de também um dos néctar dos deuses estar também eu a provar
porque cresces num arbusto enraizado de dor
desde sua raiz até a sua ponta causas medo,receio e algum tremor,mas nesse louco intervalo,onde te colho e a ti também tuas amoras embalo, dás beleza ao meu inconsolável olhar e por teu sabor raro me arrisco mais uma vez a duramente me picar
e durante quase todo o ano
,silva, te pontapeio e até nomes te chamo
para nesta altura fortuita,te elevo a fruto proibido mas obtido sempre de uma forma gratuita
mas não deixando de ser uma dolorosa colheita em que as minhas mãos trabalhadoras correm o risco mas é a minha boca gulosa que fica uma vez mais satisfeita.