SÃO LUÍS (Segundo dia)
(Jairo Nunes Bezerra)
Estou aqui no terraço, que denominei “Consentâneo”. A visão panorâmica das praças, dos prédios e até mesmo do mar distante, representa recordações de bons momentos antes vividos nesta capital. Foi aqui, neste lugar, que redigi vários poemas, anteriormente. Uns foram levados pelos ventos; outros inseridos na Usina de Letras. As poesias espelhavam momentos de emoções, anseios e a necessidade de rever àquela que nunca vi. Ao meu lado, já saltitante, se encontra Valdete. Não fala, mas recebe as palavras de carinho que a ela dedico. Sua cor esverdeada escura voltou ao normal. E agora tem mais viscosidade! A chuva cai intermitentemente molhando a grama abaixo. E também embaixo, a água da chuva se mistura com a da piscina formando gotas borbulhantes. A garrafa de vinho, já pela metade, jaz na proximidade, sobre a rústica mesa de plástico. Na sala lateral, o DVD reproduz músicas românticas. E o poeta ausente de tudo, apenas medita!... Enquanto a Valdete (planta) oscila.