Quisera tanto que fossem meus
Os teus olhos dois oceanos tristonhos!...
Ah! Eu seria o meu próprio deus
Num mundo mágico de sonhos!
(Se fossem minhas as duas esmeraldas!...)
Se fossem meus os lábios de veludos,
O mel da boca, a língua voluptuosa...
Eu realizaria meus desejos mais absurdos
De uma forma muito sacana e gostosa!
(Se os semblantes dos seios fossem meus!...)
Se eu possuísse o vale próximo da cintura,
Os montes morenos de doiradas penugens...
Eu faria carrossel entremeado de estrelas e nuvens
Numa cama de chamas de elevadas temperaturas!
A geografia patagônica de uma Argentina,
Os rios de líquidos advindos dos tantos manjares,
A escrita ferina, o vale entre os lábios da vagina,
Repouso sacrossanto onde me farto dos pomares
De frutas exóticas, ricos em melífluas substâncias,
Portal do mundo dos sonhos, dos desejos e além;
Morada da metade do meu eu, meu amor e meu bem,
Onde um homem se sente a mais feliz das crianças!
Quisera sim, muito e tanto que fossem meus
(Só meus)
Os teus olhos dois oceanos tristonhos!...
Ah! Eu seria o meu próprio deus
Num mundo mágico de sonhos!
Gyl Ferrys