Contos : 

Entre o céu e a terra e o real e o imaginário.

 
Entre o céu e a terra e o real e o imaginário...

Uma historia de uma regressão de uma jovem a vidas passadas

Parte um

Celeste era uma jovem, de trinta e nove anos, solteira, vivia entre conversas da treta e encontros causais, nada fazia ter um relacionamento serio e seguro.
Com tudo isto acontecendo ela começa a se perguntar o porquê disto tudo e inicia a sua busca pelas respostas e a mais bela historia do despertar de sua espiritualidade. Celeste começa por comprar livros, começa a os ler, algo começa a se transformar dentro dela, por uma questão de escolha, ela faz uma pausa em seus amigos e saída. Como uma internauta presente, ela pesquisa o que seria melhor para si e descobre uma entrevista de Dr. Brian Weiss, algo ali dentro dela fez o tal clique, o sinal que estava no caminho certo.
Pega em seu casaco, estava frio, era ainda umas dez horas da manhã, sai para a rua e vai a sua livraria preferida, pergunta pelos livros do Dr. Brian Weiss, logo lhe colocam alguns livros dele. Ela pega neles e vai para um local afastado onde podiam tomar seu café e fazer as suas escolhas, distraída ela, folheia o titulo era “Só o amor é real” gostou do titulo, pega em mais três e trás para casa.
Já em casa, era sexta feira um, inicio de sua viagem ao mundo maravilhoso da espiritualidade, começa a ler, francamente fica bem impressionada, de repente ela não consegue nem parar de ler, era maravilhoso, rolava uma lágrima entre outra, queria saber o final era preciso, saber que existia mais além da vida.
Não dormiu, leu todo o seu livro, estava estranha sentia-se meio nas nuvens, entre o estar e não estar, com algum medo, pega em incenso e se prepara para seguir as instruções da meditação, claro que depois de tomar um bom banho, colocar umas roupas confortáveis e bem claras.
Desligou a campainha, telefone e celular, nada a podia interromper, escuta o cd, aquela voz meiga, mágica, começa com os exercícios de respiração, devagar sem pressa, esvazia a sua mente, completamente segue a voz, aquela voz que parece a colocar num transe profundo, deixando-se ir naquela viagem mágica.
Ela chora, não consegue evitar as lágrimas, elas rolam involuntariamente como se purgasse a sua alma de sujidade, da dor e da solidão. Algo se transforma nela, ela queria mais e mais, um não parar de conhecimento, ali foi apenas a entrada do seu prato principal.
Celeste já não era mais a mesma pessoa, ela parecia irradiar uma luz fora do vulgar, uma alegria, que antes nunca haviam visto nela, seus colegas tentavam descobrir as novidades, tentado adivinhar se era namorado novo e ela escondia o seu segredo de todos, ela sorria e os deixava na mais prefeita ignorância.
Essas foram uma das coisas que ela aprendeu o silêncio, apenas ela, o seu Eu e Deus sabiam da sua nova jornada de amor. Como ela estava feliz, feliz por descobrir um novo mundo, cheio de sabedoria, cheio de conhecimento e de amor.
Ela começou a estar atenta ao que a rodeava, começou a ver coisas que antes nunca tinha visto, reparado, escutado, seus olhos passaram a enxergar mais e mais, seus ouvidos começaram a escutar mais e mais e sua boca começou a permanecer calada mais e mais.
Ela escutou através de uma amiga a vinda de um medico especial, um medico que fazia regressões e também era psiquiatra, ele fazia também congressos e andava de um país para outro dentro da Europa fazendo até palestras em centros espíritas e outros mais lugares que estavam abrindo a espiritualidade.
Alegre decide ir com um grupo de amigas, que já tinham sua regressão marcada, tomando café distraidamente, entre uns risos francos e umas gargalhadas bem sonantes e alegres que todos espantados, ergueram as suas cabeças curiosas por ver o que se passava ali.
Ora ela estava relutante, não queria ir, mas ao mesmo tempo aquela sensação estranha dentro do peito a empurrava para a porta do consultório. Pensou que tenho eu a perder, vou mesmo e assim o ela o fez.
Ela entrou e a porta se fechou, viu um senhor já de certa idade, afável, de rosto reluzente e alegre, com o nome de doutor Alberto da Fonseca, convidando-a para ela se sentar, fez umas simples perguntas e calmamente pede que se deite na maca do consultório. Coloca sua venda preta nos olhos, com algodão para que se sinta bastante confortável, lentamente sua voz vai acalmando, explica os exercícios de relaxamento, calmamente, nada de presas e ela de repente se deixa ir naquela viagem ao real ou seria o imaginário.
Ela escuta sua voz, calma, segura que pede calmamente que vá a sua infância, aos poucos ela foi vendo os anos regredirem, de adolescente a barriga de sua mãe, ela sente o calor, o seu nascimento, uma emoção que fazia explodir o seu coração.
Logo ele a faz regredir ainda mais, de onde ela estava antes do útero de sua mãe, ela se viu com muita luz, feliz correndo, com outras crianças vestidas de branco, era algo espantoso, algo maravilhoso, os jardins eram belos, não existia dor, nem magoa, nem raiva, apenas tudo era amor, alguém conversa com ela para que ele retorne a terra, ela não quer, estava tão feliz, porque ela voltar? Ela volta de novo a sua vida, esta vida, ele a faz ver o que a magoou quando era criança, ela chora e passa a dizer:
- Tenho medo, está tão escuro, alguém desligou as luzes, vejo uns olhos aterradores, o frio evade meu corpo, alguém me fechou aqui, este frio demais, escuro...
Um grito evade o consultório:
- Não, meu deus algo me pegou aqui, socorro, socorro.
Celeste agitada e estarrecida ela esperneia por demais, o Doutor Alberto, sabe que é o mento de tirá-la dali, calmamente, ele pede que saia dali, faz voltar, mais ainda além da vida anterior, outra vida vivida por ela. O medico volta a falar com ela:
- Calmamente respire, olhe para tudo com calma, olhe e observa como está vestida?
Celeste calmamente responde:
- Estou com um vestido estranho, comprido, áspero e feio, parece que estou numa taberna ou tipo de pensão, escuto gritos, gente com voz ruim, o cheiro é desagradável e algo parece imundo.
O doutor calmente pede que ela veja as pessoas ali, se Celeste reconhece ali, algumas delas nesta vida
Celeste responde:
- Sim estou vendo, aquela mulher, ela está me vendendo a um homem, meu Deus ele foi meu colega, eu o detestava, ele bebia era inconformado com a vida, ela a mulher, eu a conheço, é a minha mãe, estranho nunca fomos amigas e agora entendo por que.
O doutor sabia que existia ali mais para explorar, pede que ainda veja o que ali se vai passar calmamente ele pede de novo:
-Celeste tenha calma, mas veja como foi ali parar e que aconteceu depois:
Relutante ela não queria, ela estava arquejante, triste e ela soluçou:
- Os meus pais, venderam a esta mulher, eram camponeses pobres e me trouxeram para a cidade e me venderam a troco de comida.
Ainda soluçando, sua voz ainda mais triste, fala:
- O homem cheira a álcool, ele esta bêbedo, ele me quer levar para o quarto de cima, eu empurro-o, ele cai... Meu Deus, a porta se abriu, eu fujo, corro que não consigo nem respirar.
O medico a sossega, pede que se acalme e deixe visualizar aquele momento, pede que apenas tenha calma e respire profundamente, nada mesmo nada poderá fazer mal ali.
Celeste se acalma, sua respiração volta ao normal, ela diz:
- Por aonde ir, ali as ruas são de paralelo, estranhas, umas carroças com cavalos correm pelas ruas, outras carroças estranhas nunca as vi no campo, corro ainda mais e vejo uma igreja grande, entro não vejo ninguém , olho para ver onde eu me escondo, vejo uma porta aberta, ali umas escadas em círculos. Escuto gente a entrar na igreja é ele. Subo mas ele já estas também subindo, que eu faço, não têm mais por onde eu poder me esconder, apenas grandes sinos e o alpendre, ele grita comigo.
Sua respiração volta a ficar descontrolada, ofegante, o doutor volta a acalmar pacientemente a leva de novo ali.
- Vamos Celeste, é preciso que veja o que acontece ali, nada a pode magoar ou ferir.
Celeste volta a estabilizar de novo:
- Ele esta gritando comigo, diz que eu sou dele, que nojo, ele deita um bafo horrível, o olhar dele é mau, diz que eu sou dele que me comprou, eu tento fugir, mas não tem para onde, consigo me soltar, que alivio, vou para a beira da varanda e atiro-me.
Ela estava calma no seu relato, ela tinha deixado de ter medo. O medico aproveitou e pediu que ela se visse caída como ela estava ali.
Celeste falou:
Bati com a cabeça no chão, e o meu ombro direito, tudo se partiu, o sangue estava correndo, mas não tenho medo, escuto vozes de anjos, vejo uma luz forte, brilhante, ela esta maior, meu Deus, é um anjo, que lindo, seu rosto me parece tão familiar. Ele me pega ao colo.
O doutor pede que ela se veja no colo do anjo. Ela conta o que ali vê
- Eu estou toda desfigurada, eu me vejo ali, mas não sou eu, eu estou viva, ali apenas é um corpo. Vou subir estou tão feliz de novo.
Seu rosto sorriu, que lindo sorriso ela ali mostrou. O doutor respirou fundo, era aquilo que mais o maravilhava no seu trabalho, estava cansado, mas era altura de parar um pouco ali.
Encerra aquela sessão, conversa afavelmente com a Celeste e combina a dois dias depois a sua vinda para fazer mais uma regressão um pouco mais profunda.
Celeste concorda, porque era muito para assimilar ali. Foi para casa pensativa sobre tudo o que ali reviveu e sentiu.
Ela precisava de mais respostas e só ele as poderia ajudar a encontrar as mesmas respostas

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Continua...

Betimartins










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Betimartins
 
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